A Kora Saúde (KRSA3) realizou várias alterações no prospecto de sua oferta pública inicial de ações (IPO).
Dessa forma, abriu um período de desistência de reservas feitas pelo investidor de varejo, que vai até o dia 30 de abril.
Já a precificação da oferta, inicialmente prevista para o dia 28, passou para dia 29.
Em cumprimento a exigências da CVM, a Kora Saúde acrescentou ao prospecto mais esclarecimentos sobre o pedido de liminar de alguns minoritários para suspender o IPO. Os minoritários alegam que, em 2018, quando o fundo de private equity H.I.G. adquiriu o controle da Kora de um grupo de acionistas, não foi respeitado o direito de preferência que possuíam para a compra da participação.
A companhia também incluiu na seção de fatores de risco do documento que se os minoritários conseguirem decisão favorável da Justiça sobre direito de preferência poderão passar a ser titulares, mediante o pagamento do preço de aquisição correspondente, de no máximo 15% do capital social do Hospital Meridional.
Nesse caso, a participação da Kora na rede cairia dos atuais 93,25% para cerca de 78,25%.
Mais detalhes do IPO
A rede hospitalar definiu a faixa indicativa de preço da operação entre R$ 11,20 e R$ 15,50.
Considerando o ponto médio da faixa (R$ 13,35), a Kora Saúde (KRSA3) pode levantar aproximadamente R$ 1,680 bilhão em sua oferta inicial.
O IPO contará somente com tranche primária. Sendo assim, os recursos captados vão direto para o caixa da companhia.
A cifra captada através da emissão de ações primárias será destinada para:
- compra de ativos;
- ampliação dos ativos já existentes;
- inauguração de novos hospitais;
- expansão de outros segmentos hospitalares.
No entanto, a oferta também poderá contemplar uma venda secundária de ações, na eventual colocação de lotes de ações adicionais e suplementares. Nesse caso, a oferta poderá movimentar mais R$ 588 milhões e atingir R$ 2,25 bilhões.
As ações da Kora Sáude (KRSA3) iniciam as negociações em Bolsa no dia 03 de maio.
A Kora se considera uma das maiores redes independente de hospitais privados no Brasil.
Em 2020, a Kora Saúde opera em 11 hospitais próprios localizados nos estados do Espírito Santo, Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins.
Estes hospitais somam 1.272 leitos, dos quais 293 de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de acordo com dados de 31 de dezembro de 2020, e uma receita líquida de contratos com clientes de R$612,3 milhões.
A companhia também fornece serviços de oncologia ambulatorial dos estados do Espírito Santo e Tocantins e mantém um ambulatório de oncologia no Mato Grosso.
Além disso, a Kora Saúde presta serviços auxiliares de apoio diagnóstico. Os serviços de apoio diagnósticos incluem diagnóstico por imagem, análises clínicas e hemodinâmica, entre outros.
O fundo de private equity H.I.G controla a empresa com 75% do capital. Considerando a diluição com a oferta primária, a participação do fundo caíra para 57%. Se sair a venda secundária, cairá para 51,4%.
Taxa de ocupação de leitos acima da média
Nos últimos três anos, Kora Saúde apresentou taxas de ocupação superiores à média do setor de saúde brasileiro.
Em 31 de dezembro de 2020, os hospitais da companhia possuíam um total de 1.002 leitos, com taxa média de ocupação de 72,9%, 78,6% e 77,9% nos exercícios sociais de 2020, 2019 e 2018 respectivamente.
Como referência, os membros da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados) apresentaram ocupação média de 76,4% e 77,0% para os anos de 2018 e 2019, respectivamente, e de 66,5% no período de janeiro a outubro de 2020.
Considerando o mesmo período de 2020, a Kora Saúde apresentou uma taxa de ocupação média de 73,0%, evidenciando a resiliência do seu modelo de negócios mesmo em um ano difícil para o setor hospitalar.
Indicadores financeiros da Kora Saúde
Desde 2001 a 2017, a receita líquida de contratos com clientes da companhia apresentou taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 32%. De 2018 a 2020 a taxa de crescimento anual composta foi de 47%.
No mesmo período, o Ebitda ajustado da Kora Saúde cresceu, em média, 105% ao ano.
Nesse mesmo período a companhia teve uma evolução de Margem Ebitda ajustado de 10,8% em 2018 para 21,0% em 2020.
O saldo de caixa saiu de R$20,2 milhões em 2018 para R$180,8 milhões no ano passado.
A alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda ajustado) da Kora Saúde ficou abaixo de 2,0x no último exercício.
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