O termo dólar blue designa a cotação do dólar americano no mercado paralelo argentino. Essa negociação ocorre no mercado secundário e de maneira não oficial, sem supervisão nem autorização do Banco Central (BC) da Argentina.
Devido às instabilidades econômicas que tornam o acesso à moeda estrangeira no mercado legal extremamente difícil, casas de câmbio e cambistas passaram a disponibilizar o dólar blue como uma alternativa paralela.
O dólar oficial, regulamentado pelo Banco Central da República Argentina (BCRA), está predominantemente disponível para entidades financeiras ou aquelas envolvidas no comércio exterior.
Dada a considerável variação do peso argentino devido à inflação, a população argentina tem preferido o dólar americano como reserva de valor, o que contribuiu para a consolidação do dólar blue, mesmo sendo um mercado clandestino.
No setor turístico, essa opção também se mostra atraente. O dólar blue, com um valor substancialmente mais elevado em relação ao dólar comercial, possibilita que os estrangeiros gastem menos ao adquirir pesos argentinos.
É importante observar que a Argentina emprega várias cotações para o dólar, todas reconhecidas pelo BC argentino, numa tentativa de estabelecer uma reserva da moeda norte-americana no país.
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Quais são os perigos associados à compra do dólar blue?
Os turistas que optam por realizar câmbio através do dólar blue enfrentam a possibilidade de lidar com notas falsas, acarretando complicações ao utilizar o dinheiro em transações comerciais e pagamentos de serviços.
Além disso, existe o risco de envolvimento indireto em atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outras práticas ilegais, dada a natureza clandestina dessa operação. Indivíduos flagrados nessas circunstâncias podem enfrentar as penalidades previstas por lei, inclusive a possibilidade de detenção.
Os bancos possuem seus próprios números de série, mas pessoas comuns e pequenos estabelecimentos muitas vezes não conseguem distinguir notas não registradas pelo Banco Central.
Outras cotações de dólar na Argentina
Compreender a variedade de cotações do dólar na Argentina não é uma tarefa simples. O governo introduziu novas categorias para o câmbio do dólar com o objetivo de regular a economia e evitar a diminuição das reservas nacionais. Assim, atualmente, há diferentes taxas para o dólar, dependendo da finalidade. Abaixo, apresentamos algumas delas:
Dólar MEP ou bolsa
Essa taxa é utilizada no mercado de ações quando ocorre a aquisição de um título público em pesos, seguida pela sua venda em dólares. Essa taxa também é aplicada no contexto do Mercado Eletrônico de Pagamentos (MEP).
Dólar do atacado
Também conhecido como dólar mayorista ou dólar interbancário, esse representa o maior volume de operações e é negociado no Mercado Único de Câmbio Livre (MULC). É destinado a bancos e agentes de comércio exterior que realizam compras em grande quantidade.
Dólar do varejo
Este é o dólar minorista, equivalente ao dólar comercial, que é vendido pelos bancos ao público em geral. A compra de dólar a essa taxa é limitada a até US$ 200 por cidadão argentino por mês.
Dólar Netflix
De fato, há uma taxa de câmbio aplicável a serviços de streaming como Netflix e Spotify, os quais são pagos diretamente em dólar por meio de cartão de crédito. Essa taxa de câmbio inclui o câmbio de varejo acrescido de alguns impostos.
Dólar soja ou exportação
Esta é uma taxa de câmbio destinada a exportadores que recebem pagamentos em dólares, sendo particularmente comum entre aqueles que comercializam soja.
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