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Front running: o que é, como funciona e como identificar?

No mundo dos investimentos, todos almejam colher os frutos de suas aplicações – afinal, essa é a essência do investimento. Desejamos ver nosso dinheiro trabalhar por nós e gerar renda.

Entretanto, na busca por lucros e na tentativa de minimizar os riscos, é importante questionarmos até onde podemos ir. Há limites que precisam ser respeitados para assegurar oportunidades equitativas para todos os envolvidos.

Para evitar práticas ilegais, é fundamental entender quais são elas. Neste artigo, vamos explorar o front running, uma prática ilícita que busca obter vantagens no mercado financeiro. Acompanhe para se proteger contra ela!

O que é front running?

Front running é uma prática ilegal em que o investidor usa informações exclusivas, internas e sigilosas para obter vantagens financeiras. Isso geralmente é feito por um intermediário financeiro ou um corretor.

Quem pratica esse crime é chamado de “Front Runner”, já que o sufixo “er” em inglês designa o praticante de uma ação.

Como funciona?

No mercado financeiro, os preços variam conforme o ânimo dos vendedores e dos compradores. Quando aumenta a pressão de compra, espera-se que os preços subam. Por outro lado, quando a pressão de venda supera a oferta, os preços geralmente caem.

Existe uma competição constante entre vendedores e compradores pela alta ou baixa dos preços. No entanto, é importante notar que alguns participantes, devido ao seu grande capital, podem causar um deslocamento significativo nos preços. Estamos falando de fundos, instituições financeiras e outros.

Esses participantes frequentemente utilizam um profissional de mercado para lançar ofertas de compra e venda. É aqui que é crucial prestar muita atenção.

Um operador profissional entende o impacto que uma grande ordem de compra ou venda pode ter nos preços. Se ele se posiciona no mercado antes de executar a ordem do cliente, incorre no crime de Front Running.

Qual é a diferença entre front running e insider trading?

No contexto do mercado financeiro, o front running refere-se à prática de um corretor ou intermediário financeiro antecipar-se à execução de uma ordem de cliente, realizando uma transação menor para se beneficiar do movimento esperado de uma ordem maior.

Por outro lado, o insider trading envolve o uso de informações internas e privilegiadas de uma empresa negociada em bolsa. Esta prática não é exclusiva de corretores de valores mobiliários ou intermediários financeiros.

Qualquer pessoa que trabalhe em uma empresa negociada em bolsa e utilize informações internas para obter lucro próprio, seja em seu nome ou de terceiros, está cometendo o crime de Insider Trading.

Saiba mais:

Exemplos

Um exemplo famoso de Front Running ocorreu em 2020, envolvendo um operador do Credit Suisse que lançava ordens de clientes no mercado brasileiro. Antes de executar ordens significativas, esse profissional realizava operações em nome de sua avó de 92 anos para evitar suspeitas. No entanto, as operações bem-sucedidas dessa senhora levantaram suspeitas e resultaram em investigações pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Um exemplo mais antigo ocorreu em 2011, envolvendo o HSBC. O banco tomou conhecimento de uma grande troca de dólares por libras esterlinas por parte de um cliente. O HSBC então comprou libras antecipando o aumento do preço da moeda. Anos depois, o banco foi multado por Front Running e outras atividades ilegais.

Por que o front running é errado?

No mercado financeiro, a ideia é proporcionar oportunidades iguais para todos. Quando um indivíduo ou grupo tem informações que lhes conferem vantagem sobre os outros, isso é injusto e promove desigualdade na bolsa de valores.

A discussão sobre o front running envolve questões éticas. Embora a legislação não seja clara, o uso indevido de informações privilegiadas é considerado errado e pode resultar em punição administrativa para o profissional.

Qual é a Penalidade para front running?

A atuação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é fundamental na regulamentação e supervisão do mercado financeiro. Quando um indivíduo é identificado praticando front running, as consequências podem ser sérias, incluindo a possibilidade de reclusão por um período que varia de um a cinco anos, além de uma multa que pode chegar a até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida como resultado dessa conduta.

Essas sanções têm o propósito de dissuadir comportamentos antiéticos, protegendo tanto a integridade do mercado quanto os interesses dos investidores. Ademais, a CVM possui autoridade para estabelecer restrições específicas a títulos e valores mobiliários, com o intuito de desencorajar a prática do front running e promover um ambiente de negociação justo e transparente.

Por meio da definição de normas e padrões éticos, a CVM orienta as instituições financeiras, corretoras e profissionais do mercado a adotarem práticas alinhadas com os princípios de equidade, transparência e responsabilidade. Assim, o front running pode ser prevenido, contribuindo para a manutenção da legalidade e integridade do mercado financeiro.

 

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